quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nirvana

    Quando menos percebo estou perdido em meus pensamentos mais profundos, vivendo num universo astral onde nada mais existe, nem tempo, nem espaço. Apenas o que vem em minha consciência, o verdadeiro nirvana.
    Onde minha alma se encontra em sintonia com tudo a minha volta, e sinto a verdadeira paz espiritual, o que pode levar segundos ou horas. O calor do sol acaricia o meu rosto suavemente. Com os olhos fechados todos meus outros sentidos se acentuam, o barulho das arvores dançando a minha volta com a força do vento é musica a meus ouvidos.
    Eu gostaria de poder dividir essa sensação com o mundo, abro os olhos e vejo as cores se intensificarem, com um brilho sobrenatural e fantástico. Solto uma pequena risada de prazer e agradeço a Deus por me proporcionar esse momento mais uma vez, proporcionar o meu encontro comigo mesmo e com todas as coisas do universo.
    Agora estou realmente completo, me sinto parte de alguma coisa e amo tudo isso.

Bipolar


    Escondo minha verdadeira face atrás de ações e mentiras que não condizem com a realidade. Tento não demonstra o quanto amo todos e odeio ao mesmo tempo, na mesma intensidade.
    Faço loucuras para me manter controlado, uma busca incessante por adrenalina, a única sensação que posso controlar de fato, ou não, isso não importa. O que realmente importa é sentir independente das consequências.
    Sou água e sou fogo, sou terra e sou mar, sou o dia e sou a noite. Digo uma mentira que pode ser uma verdade, aberta ou incerta. Não posso dizer não sou normal, mas também quem é?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Apaixonado pela lua


    À noite espero que ela apareça, a rainha da noite, linda, prateada. Tão bela que todas as estrelas vêm olhá-la, admira-la, o que a deixa ainda mais admirável.
    E quando elas não vêm, ela ainda tem a mim como sempre. Eu a faço companhia e ela me faz companhia, sei que ela tem outros amantes, isso não importa, pois todas as noites ela ainda vem me ver, me dizer que está aqui. Sorriu pra ela, e ela me devolve com um brilho branco que me enfeitiça.
    Ela sempre fica lá, mudando suas faces para me impressionar, não sei o porque dela fazer isso comigo, já que sabe que não posso ter-la, ela pode parecer perto, mas sei que está distante onde eu não posso alcançar.
    Estou apaixonado por algo que não posso ter ou mesmo tocar, apenas desejar. Estou apaixonado pela lua.

domingo, 17 de abril de 2011

Sem você


    Ando pelas ruas, solitário, pensando na possibilidade de lhe encontrar em alguma delas por um acaso, ou pela ironia do destino. Sinto-me um cadáver ambulante, sei nenhum plano futuro, sem caminho, apenas ando sem direção para o nada.
    Não deveria ter deixado você ir sem mais nem menos. Eu poderia te impedido, corrido atrás de você, não importava as consequências. O que importava era você está aqui. Agora você se foi e eu estou mais uma vez sozinho, quando vou dormir e deito na cama vazia e fria... Cheiro os lençóis, mas eles já não têm mais teu cheiro, não têm mais cheiro algum.
    Passo pelo parque onde costumávamos nós encontrarmos, pela arvore onde nossos nomes estão gravados para sempre. Sento no banco e fico na esperança de você passar, sei que não mudaria nada. Mas vê que você está bem já me deixaria bem, saber que está melhor sem mim, assim eu saberia que você não se arrependeu de nada.
    Volto para casa e encontro você sentada em meu sofá, levanta a cabeça e me ver. Você tinha lagrimas nos olhos e um sorriso sem graça nos lábios, correu em minha direção e me deu uma bofetada no rosto, fiquei atônito, mas logo em seguida você me abraça com força, pergunta-me com eu poderia pensar que você não ia voltar. Beija-me e diz que agora vai ficar tudo bem. Acordo do meu devaneio e percebo que nada mudou.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Esperança

   
    Chego tarde da noite em casa, vou caminhando pela sala e sento numa poltrona e ligo a tevê. Vou passando os canais, sempre a mesma coisa, violência, corrupção, conflitos e muita idiotice, coisas que só aumentam meu ódio pela sociedade.
    Desligo a tevê e sento o ódio começar a gastar minha garganta, desgastando toda minha esperança. Pego a carteira de cigarros do meu paletó preto e acendo um, depois de uma tragada me acalmo e riu ironicamente. Penso como a maioria da humanidade é estúpida e como gosta de complicar tudo. Culpa Deus, a natureza, e qualquer outra coisa pelos problemas que ela mesma causou. Pergunto-me até quando essa hipocrisia vai durar, quando vão abrir os olhos e mudar alguma coisa. Não importa o quanto eu fale, ninguém quer me escutar. Preferem ouvir sobre as roupas da moda. Vivemos uma política de pão e circo e ninguém faz nada.
    Sonho com o dia que o mundo vai se transformar, enquanto isso eu vivo angustiado com a situação em que o mundo se encontra. Levando-me, apago o cigarro no cinzeiro e vou andando para meu quarto e paro na porta e vejo formas embaixo do lençol, belas formas do corpo de uma mulher. O tecido modela o seu corpo nu em baixo dos lençóis.     
    Ela acorda e olha para mim, parado ali, imóvel e sorri para mim. Um belo sorriso que me ilumina por dentro, ela é minha razão para acreditar em um mundo melhor, pura e bela como sempre foi. Sorriu para ela, caminho até a cama e me deito ao seu lado. Abraço-a e percebo que tudo meu mundo faz sentido bem ali, ao lado dela é só dela.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Lembranças da praia


    Fico sentado na beira do mar, pensando, sonhando sozinho, admirando o lindo pôr-do-sol. Lembro de quando a conheci, foi bem ali. Ela sentada tomando água de coco e mexendo em seus cabelos acaju, de óculos escuros e fitando o mar com seus belos olhos castanhos. Perguntava-me o quão eram doces àqueles lábios rosados.
    Lembro que uma amiga minha disse para eu ir falar com ela, hesitei, porém fui por conta de minha vontade de conhecê-la. Não sei bem o que me aconteceu, não me recordo do que foi dito, pois seu sorriso me desconcentrava. De repente ela me diz que tem que ir... e vai. Sentir-me um idiota por não ter pegado o numero dela, quando eu ia a ver novamente não sabia, talvez nunca.
     - No que tanto pensa, rapazinho?- Ela diz por trás com aquela doce na minha orelha me fazendo ficar arrepiado.
    - Nada demais, sua besta!- Falo com um sorriso esperto no rosto. – Lembra o dia que nos conhecemos, foi bem aqui.
    - Como me esqueceria, você não falava coisa com coisa e me olhava com uma cara de bobo!- Nesse momento eu a pego pelos pulsos e a puxo, fazendo a cair em cima de mim e rolamos na areia até eu ficar por cima dela.
    - Você é um idiota sabia disso? – Brinca ela. – Mas eu te amo!
    - Eu sei muito bem disso, você é louquinha por mim!- rimos- Eu também te amo.
    Então nos beijamos.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Paranóia

    Eles pensam que eu não sei que quando me deito eles ficam me observando. Pensam que vão me pegar, mas não permitirei, não sairei da defensiva. As pessoas dizem que estou ficando louco, NÃO ESTOU! Mesmo que eu não os veja eu os sinto. Não importa o que dizem, eles não me enganam não a mim. Querem me levar e me questionar sobre coisas que não sei.
    Não faço idéia de quem são ou porque não e isso é o que querem, fazer com que as pessoas não saibam quem são para que assim facilitar meu trabalho... Tenho que me esconder, fugir. Sei que não adianta, pois estão em todos os lugares, sempre então. Entram em minha vida, minha mente e minha alma e infelizmente não saíram mais, disto eu sei e como sei.